terça-feira, 19 de março de 2024

Depois De Tantas Buscas, Encontros E Desencontros


 Depois de tantas buscas, encontros, desencontros,
acho que a minha mais sincera intenção é me sentir
confortável, o máximo que eu puder, estando na minha
própria pele. É me sentir confortável, mesmo acessando,
vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria
inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões
que eu ainda não soube transformar, embora continue
me empenhando para conseguir.
É me sentir confortável, mesmo sentindo uma saudade
imensa de uma pátria, aparentemente utópica, onde
os seus cidadãos tenham ternura, respeito e bondade,
suficientes, para ajudar uns aos outros na tecelagem
da paz e no desenho do caminho.

(Ana Jácomo)

segunda-feira, 18 de março de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (63)

O (maior) problema do PS chama-se Chega - O problema é que o Chega ganhou uma dimensão e peso que o tornam agora incontornável em qualquer análise do sistema político português. (Camilo Lourenço, J Negócios)

O PS aceitou o convite do Bloco para uma reunião entre partidos de esquerda. Foi um primeiro erro depois das eleições. Pedro Nuno Santos devia estar preocupado com outra coisa: a ameaça que pende sobre o PS expressa no crescimento do Chega. Como já foi aqui referido, o PS andou a alimentar o crescimento de André Ventura desde 2018, numa estratégia que deve tudo a Augusto Santos Silva e António Costa.

Poema Transitório


(...) é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!

... no entanto
eu gostava mesmo era de partir...
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.

(Mario Quintana)

domingo, 17 de março de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde

A Frase (62)

A esquerda está desgastada e sem energia, e o desespero começa a gritar mais alto. Mas a verdade não pode ser deixada para quem fala mais alto.
 (Ana Gabriela Cabilhas, Sábado)

Nos últimos anos, em Portugal, foi hipotecado o contrato social de progresso geracional que assegurava que as gerações seguintes viveriam melhor que as anteriores. Porém, as jovens gerações não querem renunciar aos seus sonhos, nem suportar injustiças intergeracionais, a custo de resultados eleitorais imediatos que dão mais ritmo à dança das cadeiras do poder.

Na ausência de substância política e de uma nova esperança reformista, a esquerda manteve o País da retórica, dos anúncios e das promessas não correspondidas. A esquerda profetizou resultados quando Portugal estava a cada ano pior, mais triste e estagnado, e tentou arranjar desculpas que a ilibasse de quaisquer responsabilidades.

Em vez de procurar sair da própria bolha política que promove a sua autovalidação, e conhecer a realidade crua dos jovens que ficaram órfãos de soluções para os seus problemas, a esquerda prefere atirar-se com uma superioridade moral, rotulando e diabolizando todos os jovens que por si foram abandonados, sejam eles simpatizantes da Aliança Democrática, da Iniciativa Liberal ou do Chega.

A esquerda tem que se desprender das amarras do poder, tornar efetivo o pluralismo que apregoa, e ouvir respeitosamente o grito de esperança dos jovens sufocados pela indiferença de quem nos governou.

"MAGNIFICAT"


Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!

(Álvaro de Campos)

sábado, 16 de março de 2024

Notícias Ao Fim DaTarde

A Frase (61)

Convém repetir, pois parece inacreditável. Já há quem vote contra uma moção de censura, que não está escrita, que não se sabe se haverá, cujo autor se desconhece e cujo teor é um mistério. Não se sabe qual é o governo, nem qual é o seu programa, muito menos em que condições é formado, mas já se sabe que há quem vote contra. Parece que a força da oposição, das oposições, reside nesta maravilhosa frase digna de banda desenhada: “Não sei o que é, mas sou contra!”.  (António Barreto, Público)

O PCP vota contra. Ponto. O Bloco vota contra. Ponto. O PS faz oposição e vota contra. Ponto. O PSD diz que “não é não” e já anunciou há muito que não fala com o Chega, nem quer bloco central. O Chega diz que, se não for previamente consultado, vota contra. (...)

Estranho país este, esquisito sistema partidário este, em que os grandes partidos, de quem tudo depende, se revelam medrosos e covardes, enquanto os pequenos partidos, atrevidos como não se imagina, de quem nada depende, com menos de meia dúzia de deputados, ousam dar a entender que tudo depende deles, que “não estão dispostos para isto”, que “estão disponíveis para aquilo”, e que “não contem com eles para aqueloutro”.(...)

 O que terá dado a estes partidos, a esta classe política e a estes políticos para sacrificarem o seu país a interesses menores e a vaidades maiores? Querem a terra queimada e chamar-lhe paz e progresso… ( ler aqui o texto completo)

sexta-feira, 15 de março de 2024

Notícias Ao Fim Da Tarde