quinta-feira, 21 de julho de 2011

A Classe Média É Sempre A Mais Penalizada ...

... Cá, Como Lá, E Acolá

O sucesso das políticas do governo brasileiro para tirar milhões de pessoas da pobreza na última década está a provocar o aparecimento de dois tipos opostos de classe média, afirma a reportagem publicada nesta quinta-feira pelo diário económico britânico Financial Times.
O jornal observa que os 33 milhões de brasileiros que deixaram a pobreza para integrar a nova classe média emergente foram os grandes beneficiados pelas políticas oficiais, enquanto a classe média tradicional considera que a situação no período ficou mais difícil.

O jornal comenta que 105,5 milhões dos 190 milhões de brasileiros são considerados hoje de classe média, mas que os 20 milhões da classe média tradicional, com renda mensal maior que R$ 5.174, estão “no lado perdedor”.

“Diferentemente da Índia, onde a antiga classe média beneficiou com a criação de novas indústrias e fornecimento de serviços de tecnologia da informação, muitos na classe média brasileira reclamam dos aumentos de preços, impostos, infraestrutura congestionada e mais competição por empregos”, diz a reportagem.

O jornal cita o economista da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Neri, que se dedica a estudar a classe média, segundo o qual a renda dos 50% mais pobres cresceu 68% em termos reais nos últimos dez anos, enquanto os 10% mais ricos viram sua renda crescer somente 10% no período.

Alguns reclamam que o governo ajuda os pobres por meio de benefícios e aumentos salariais e os ricos por meio de empréstimos subsidiados para suas empresas”.
“Isso inunda a economia com dinheiro, levando à inflação, a qual o Banco Central tenta depois combater com aumentos de juros, penalizando a classe média”.(Fonte: Financial Times, via BBC Brasil)


É quase sempre assim. A pobreza combate-se invariavelmente à custa da classe média porque os ricos, esses, acabam sempre a ganhar. Não, não sou contra os ricos, quem dera que todos o fossem. Só que nesta luta inglória, ao logo dos tempos, para acabar com a pobreza, os que mais se esforçam para melhor a vida, os que se empenham em estudar mais, trabalhar e poupar quando possível, são sempre os mais penalizados.

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