terça-feira, 16 de agosto de 2011

As Fantasias De ...

... Uma Abelha

Era uma abelha muito alegre. Em certa ocasião voava inebriada pelo néctar de flor em flor, sem dar por isso imprudentemente afastou-se da colmeia.Quando se apercebeu, já era noite. No momento em que o sol se ocultava, estava ela a deleitar-se com o néctar de um lótus. Nessa altura, o lótus juntou as suas folhas e fechou-se sobre si próprio, ficando a abelha presa no interior. A noite caiu. Um enorme elefante faminto passou por aquelas paragens, engolindo tudo o que apanhava pela frente. A abelha, ignorando o que sucedia no exterior e confortavelmente alojada no interior do lótus, continuava a libar. Então, disse para si mesma: «Que néctar fantástico, tão doce, tão delicioso! Isto é maravilhoso.Não só vou trazer aqui todos os meus familiares e amigos para que provem como me vou dedicar a fabricar mel em grandes quantidades e poderei vendê-lo e fazer muito dinheiro, e comprar todas as coisas de que gosto no mundo.» Subitamente, o chão tremeu ao seu lado. O elefante engoliu o lótus e a abelha só teve tempo de pensa: « Este é o meu fim. Vou morrer. Para onde vão agora todos os meus planos?»

«Aquele que posterga para o futuro, comprovará que o futuro nunca chega.». A mente tem uma recalcitrante tendência para embrenhar em incertas expectativas para o futuro que, por vezes, geram muita ansiedade, em vez de pôr mais energia em cada momento e proceder em consequência e de acordo com as circunstâncias que vão surgindo. Isso não quer dizer que não se possa antecipar ou projectar, mas dando uma ênfase especial a cada instante e aproveitando cada situação para a apreciar tal como é.


Ramiro Calle

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