segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Culto Ascentral Das Árvores


 Árvore é um dos temas simbólicos mais ricos e mais generalizados de todos os tempos e civilizações: símbolo de verticalidade estabelecendo a comunicação entre o mundo subterrâneo (pelas suas raízes), a superfície da terra (pelo tronco) e as alturas (através dos ramos e da copa); símbolo da vida; símbolo da transformação e evolução (ciclos anuais, morte e regeneração); símbolo do sagrado - em certas religiões antigas, nomeadamente nas pré-helénica e Celtas havia árvores consagradas aos deuses; símbolo de uma família, de uma cidade, de um rei ou de um país (folha de ácer no Canadá, o cedro no Líbano, a palmeira de Cuba); símbolo de fecundidade, da fertilidade, da vida (no deserto não há árvores); símbolo da vida do espírito e do conhecimento; símbolo de segurança (pela sua estabilidade) e de protecção (pela sua sombra).

As árvores ultrapassando largamente os homens em dimensão, em altura e em longevidade, quase parecendo eternas, adquirem uma dimensão "sobrenatural" de representantes dos deuses e por isso foram frequentemente consideradas sagradas e tornadas objecto de culto. 

Os Gregos e os Romanos tinham o culto de várias divindades que associaram às árvores: a oliveira era a árvore de Minerva, o choupo de Hércules, o pinheiro de Cibele, o loureiro de Apolo, o freixo de Marte e o carvalho de Júpiter, por exemplo. Os Celtas acreditavam na magia das árvores e que cada uma possuía o seu próprio poder. Dividiram o ano em 21 partes e atribuíram a cada uma delas uma árvore sagrada.
Diferentes árvores têm diferentes simbologias associadas: o carvalho representa solidez, potência, longevidade, força, majestade, sabedoria e hospitalidade; o castanheiro, previdência; a cerejeira, pureza, felicidade, prosperidade; a nogueira o dom da profecia; o cipreste, luto e longevidade, virtudes espirituais, santidade; o loureiro, imortalidade e glória; a oliveira simboliza a paz, fecundidade, purificação; o salgueiro chorão, morte, tristeza, imortalidade e a tília amizade e fidelidade.

Essa mesma simbologia estendeu-se também às florestas. O desconhecido, a dificuldade de ver ao longe, a obscuridade no seu interior e os ruídos estranhos e indefinidos constituíram fonte de inquietação para os homens e tornaram as florestas, em diversas civilizações, local de culto, de reunião de druidas, de oráculos, de lendas, de aplicação de justiça ou ainda lugar de cerimónia de iniciação de adolescentes ou de sepultura.

Fonte: Eng. José Neiva Vieira, Naturlink 

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