quinta-feira, 30 de maio de 2013

Como Libertar Portugal Da Austeridade ? Manuel M. Carrilho Põe Os Pontos Nos is.

É preciso, em primeiro lugar, começar por dizer claramente o que foi que prendeu, ou agrilhoou, o País. E aqui, é incontornável assumir a dupla armadilha em que Portugal caiu na década passada: a armadilha do endividamento e a armadilha europeia, que de resto - e não por acaso - se reforçaram mutuamente.

A verdade é que o País se endividou para lá do razoável, tanto em termos públicos como em termos empresariais e privados. E fê-lo perdendo quase inteiramente a noção do risco e da responsabilidade que uma tal via implicava, acreditando cegamente na metáfora do "escudo invisível" com que se publicitou a adesão ao euro e à união monetária - um escudo que, ao primeiro embate, se revelaria de plasticina.

O essencial do problema tem pois a ver com a miragem política que envolveu o projecto europeu, e em particular com a ilusão criada por boa parte da esquerda, que quis ver na Europa, sobretudo depois dos desaires sofridos no âmbito nacional - lembremos François Mitterrand em França , mas não só!... -, o catalisador de um novo élan político.

E o problema nasce com o facto, que na verdade não podia ser mais paradoxal, de se investir numa imaginária Europa de esquerda no preciso momento em que o ultraliberalismo a configurava nos seus traços fundamentais: apologia da abertura e do livre-cambismo sem limites, das privatizações, da desregulamentação generalizada, da financeirização da economia, etc.

"Libertar Portugal da austeridade" implica hoje uma plena consciência deste equívoco e das suas consequências. Sem ela nada é possível, continuaremos num carrossel de ilusões e de impasses. (continuar a ler aqui)

E, Augusto Mateus explica porque 'O Projecto de Portugal europeu é um semi-falhanço'

Entre falhanços e quedas, nós estamos de cabeça à roda e profundamente magoados.

Sem comentários: