domingo, 24 de abril de 2016

Raramente, na História Recente de Portugal, Se Chegou A Um Ponto Como Este De Mentira e Calúnia!

O que se passa com os dirigentes políticos portugueses? Raramente, na história recente de Portugal, se chegou a um ponto como este, de mentira e calúnia! 

Nem durante a revolução de 1975! O que se disse e fez a propósito do BPN, do BPP, do BCP, do BES, do BANIF e agora do BPI, ultrapassa o conhecido e o tolerável. Foram acusados de mentirosos um presidente da República, três primeiros-ministros, outros tantos ministros das Finanças, o governador do Banco de Portugal e o vice-presidente do Banco Central Europeu, além de comissários europeus, de banqueiros e bancários. Quanto a deputados, estamos conversados: parlamentares de todos os grupos acusaram e foram acusados de mentirosos.

O problema não é só de boas maneiras. É também de informação aos cidadãos e de punição dos mentirosos. Mas temos a infeliz certeza de que a política castiga mal a mentira. Tem sido possível mentir na praça pública e ficar impune. Pior: é possível mentir numa comissão de inquérito e nada acontecer.

O perjúrio em Portugal é tolerado. Ou mesmo louvado. Um conhecido advogado afirmou um dia em público que o "dever de qualquer advogado era o de mentir para defender o seu cliente". Ninguém, na magistratura, na Ordem, no Parlamento ou na universidade reagiu. Na política, não se pensa muito diferente. O êxito político justifica tudo. Desculpa a mentira e o perjúrio.

A impunidade é, entre nós, uma regra de comportamento. Um modo de vida. Com os conhecidos desastres dos bancos, ficam impunes os desmandos dos políticos e dos banqueiros.
Mas a mentira mata! Sobretudo as vítimas. Os cidadãos

Excertos do artigo de António Barreto, hoje no DN 

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