domingo, 1 de outubro de 2017

Poses De Poder Não Funcionam

Uma revista científica chamada Comprehensive Results in Social Psychology (Resultados Amplos em Psicologia Social), acaba de publicar um conjunto de sete estudos, todos eles tentaram - sem sucesso - replicar os efeitos que uma equipe de Berkeley havia dito ter obtido nas suas investigações com a pose do poder.
Noutras palavras, nenhum dos estudos mostrou efeitos positivos de se fazer uma pose que dê a aparência de poder sobre qualquer medida cognitiva ou comportamental - por exemplo, o quão bem a pessoa se sai numa entrevista de emprego mostrando-se "posudo" (arrogância)

"Esta nova evidência junta-se a um corpo de pesquisa já existente questionando a alegação dos defensores da pose de poder sugerindo que tornar seu corpo mais fisicamente expansivo - como ficar com as pernas espalhadas e as mãos nos quadris - poderia lhe dar mais chances de ter sucesso na vida," resumiu o professor Joseph Cesario, da Universidade Estadual de Michigan (EUA).

"Atualmente, há poucas razões para continuar a acreditar que manter essas poses expansivas afectará significativamente a vida das pessoas, especialmente a vida das pessoas de baixo status ou sem poder," acrescentou ele.
Todos os estudos agora publicados foram revisados pela professora Dana Carney, uma das autoras da pesquisa da pose de poder original, não tendo sido encontrados vieses que questionassem a validade dos resultados.

Auto-ilusão

A alegação do estudo original é que assumir uma postura que demonstre autoconfiança, mesmo quando não nos sentimos confiantes, aumentaria esses sentimentos de confiança e teria um impacto sobre a própria chance de sucesso - como numa entrevista de emprego.
As novas pesquisas não conseguiram chegar a essa mesma conclusão, embora tenham verificado que assumir uma postura corporal expansiva de facto faz com que as pessoas se sintam mais poderosas - mas o efeito acaba por aí, não se traduzindo em nenhum ganho real.

"Sentir-se poderoso pode ser uma sensação boa, mas só isso não se traduz em comportamentos poderosos ou comportamentos efectivos," disse Cesario. "Estes novos estudos, com mais participantes totais do que quase todos os outros estudos sobre o tema, mostram - inequivocamente - que poses de poder não têm efeitos em nenhuma medida comportamental ou cognitiva".

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