segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Ninguém O Quer Reconhecer, Mas Há Uma Crise Política Na Alemanha

De:João Marques de Almeida
O partido anti-europeu foi o terceiro mais votado e as principais forças políticas não conseguem arranjar uma solução de governo forte e credível, e esta última versão da grande coligação não o será seguramente. Na Europa, a maioria quer continuar a viver na ilusão da normalidade, representada pela grande coligação. Mas a política alemã chegou ao fim de um ciclo, mesmo que a CDU e o SPD acabem por formar governo. Já começou a transição para o pós-Merkel. A dúvida imediata será sobre o tempo que durará a transição. Há, no entanto, uma dúvida muito maior. Que Alemanha teremos depois de Merkel? É a questão mais importante da política europeia.

O comportamento de Schultz mostra que os vícios da política bruxelense não sobrevivem nas democracias nacionais. Schultz tornou-se um mestre nas negociações de gabinetes e lugares. Foi assim que subiu até chegar a Presidente do Parlamento Europeu. Mas no que verdadeiramente conta na vida política democrática, eleições, tem sido um desastre. Foi o candidato dos socialistas a presidente da Comissão Europeia em 2014 e perdeu para Juncker. Foi mesmo derrotado no seu país natal. Como líder do SPD foi igualmente desastroso nas eleições legislativas do ano passado. Ironicamente, aquele que se auto-proclamou a voz da democracia europeia é melhor nas negociações privadas dos corredores de poder do que nas eleições democráticas.

Pode Schultz arrastar Merkel na sua queda? (ler aqui artigo completo)

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