terça-feira, 1 de maio de 2018

130 Anos Depois Vivemos, Como Sempre Vivemos, Entre O Acabrunhamento De Quem Suspeita E A Euforia De Espaçados Momentos De Glória

O que é trágico, pois entre ilusão e desilusão raramente temos tempo ou disposição para sacudir de vez a canga da pobreza porque nunca ganhamos a coragem necessária para enfrentar os problemas de frente e resolvê-los de vez.

No tempo de Eça de Queiroz e de “Os Maias” o Portugal que interessava não era Lisboa, era o Chiado. E foi a olhar para esse Chiado que João da Ega, alter-ego do autor, carimbou esta nossa terra como uma “choldra torpe”, país de uma civilização “em segunda mão” e que “fica-nos curta nas mangas”.

Portugal hoje já não será só o Chiado, alargou-se ao Lux, ao Café In e ao Gattopardo, mas nele não são poucos os sinais deste nosso persistente e insuportável atavismo. Como esta meia dúzia de exemplos que recolhi só nestas últimas semanas.

1. O silêncio em torno da corrupção 

2. A polémica das reportagens da SIC

3. O drama das rendas e dos despejos

4. A pequenez dos acordos de “bloco central”

5. Os truques de Centeno, ou dizer uma coisa e fazer outra

6. A polémica do Museu das Descobertas

(ler aqui o desenvolvimento dos temas acima exemplificados)

Apetece mesmo concluir: de facto, que choldra torpe.

(excertos do artigo de José Manuel Fernandes ontem no OBSR)

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